Wii U, novo console da Nintendo, chega com a missão de atrair a geração tablet e os ‘hardcore’

19/11/2012 10:18

 

Grande novidade é o joystick Gamepad, que lembra um tablet
Grande novidade é o joystick Gamepad, que lembra um tablet Foto: Divulgação

RIO — A Nintendo lançou no domingo o Wii U, sua oitava geração de consoles de videogame, que nasce com a missão de atrair tanto os jogadores casuais do Wii original como aqueles que faltam ao trabalho para estar entre os primeiros a jogar o mais recente “Call of Duty”.

Assim como o antecessor Wii — um sucesso que vendeu 100 milhões de unidades em todo o mundo desde 2006 — o público-alvo do Wii U “vai realmente dos 5 aos 95 anos”, afirmou Reggie Fils-Aime, presidente do braço americano da japonesa Nintendo. Mas o Wii U chega em um mundo muito diferente daquele que recebeu o Wii. As vendas de consoles vêm caindo, principalmente porque fazia seis anos que uma nova geração não era lançada. A maioria das pessoas que queriam um Xbox 360, um PlayStation 3 ou um Wii já compraram o seu. Mas há também um outro motivo: nos últimos anos, os jogadores, sobretudo os casuais, voltaram sua atenção para games disponíveis no Facebook, em tablets e em celulares.

No mês passado, as vendas de videogames nos EUA, incluindo hardware, software e acessórios, totalizaram US$ 755,5 milhões, de acordo com o grupo de pesquisa NPD. Em outubro de 2007, o número ficou em US$ 1,1 bilhão.

A chegada do Wii U é também um momento de “agora ou nunca” para a Nintendo, depois que o lançamento do console portátil 3DS não rendeu o que se esperava dele e fez a empresa cortar sua expectativa de lucro, no mês passado, em 70%.

Console chega ao Brasil em 2013

O Wii U está sendo lançado nos Estados Unidos em duas versões. A mais básica custa US$ 300, vem em cor branca e tem 8 GB de memória. Já a versão Deluxe é vendida por US$ 350 e vem na cor preta e com memória de 32 GB. Mas as duas geram imagens em alta definição (o que o Wii, ao contrário de PS3 e Xbox 360, não fazia), e a Nintendo afirma que o Wii U é 20 vezes mais potente que o aparelho anterior.

O console chegará à Europa no dia 30 e, ao Japão, em 8 de dezembro. No Brasil, a Nintendo vai lançá-lo apenas no ano que vem.

A grande novidade do console é o Gamepad, um joystick que possui tela sensível ao toque de 6,2 polegadas e funciona como um tablet. A Nintendo espera que o aparelhinho abra uma nova fronteira em termo de jogabilidade, como fez o controle sensível a movimento do Wii em 2006.

Pelo Gamepad, os jogadores poderão ter acesso a informações que não aparecem na tela da TV — um mapa em um jogo de aventura como “Zelda” ou as armas que um soldado carrega em games de guerra, por exemplo. Isso permitirá uma dinâmica nova sobretudo em games multiplayer: com o Gamepad, cada jogador verá na palma da mão informações que seus oponentes não possuem.

O joystick também possibilita o que a Nintendo tem chamado de jogo assimétrico: jogadores com o Gamepad podem assumir personagens distintos dos colegas com Wii Remote por causa das informações privilegiadas a que têm acesso. Além disso tudo, o Gamepad tem um atrativo para os pais: os games podem ser jogados apenas na tela do joystick, liberando a TV da sala para a família.

Os jogos do Wii original, assim como o Wii Remote, funcionam no novo console.

Lançamento de central de TV atrasa

O Wii U também traz um recurso chamado TVii, plataforma que reúne filmes, programas de TV e transmissões esportivas no Gamepad. A ideia é tranformar o televisor comum em Smart TV e manipular conteúdo on-demand de serviços como Hulu, Netflix, You Tube e Amazon e também permitir que os usuários gravem programas de TV. O serviço também capta cenas da TV ao vivo e exibe no Gamepad — que oferece conexão ao Twitter e Facebook para que os usuários possam comentar a programação. Com o recurso a Nintendo está apostando na tendência da TV Social, quando as pessoas navegam na web em frente à TV, interagindo com amigos usando uma segunda tela (smartphone).

Mas o lançamento da TVii acabou atrasando e só chegará ao console em dezembro, informou a Nintendo na sexta-feira passada. Segundo analistas americanos, isso pode prejudicar as vendas nos EUA na temporada natalina.