Coletiva na Luciana Caravello reúne obras de seus 29 artistas

RIO - Geralmente, as exposições de fim de ano nas galerias buscam apresentar o que seus artistas realizaram de mais emblemático ou representativo naqueles 12 meses que passaram. Como numa retrospectiva. Mas quando a galerista Luciana Caravello convidou o jovem curador Bernardo Mosqueira para que ele lançasse seu olhar sobre os 29 nomes representados por ela em sua charmosa casa de Ipanema, ele trouxe outra ideia: por que não mostrar aquilo que eles ainda vão explorar e amadurecer? O resultado é a coletiva “Aí vai muito da pessoa”, nome sugestivo para uma amálgama de estilos reunidos, com inauguração marcada para hoje, às 13h.

O critério de Mosqueira — que desta vez não se diz curador, mas sim organizador da mostra, por não ter sido ele quem selecionou os artistas — foi buscar trabalhos que de fato representassem a ponta de uma pesquisa, um indício bem embrionário de novas questões, temáticas e formas que estão transformando a obra desses 29 nomes. Lampejos que, por vezes, nem o artista percebe conscientemente.

— Minha vontade é apresentá-los apontando para o ano que vem, com o que pode vir a ser uma próxima exposição individual de cada um, no lugar de mostrar o que todo mundo já viu e conhece deles — explica Mosqueira. — É um modo de estimular esse risco dos artistas, trabalhos de que eles não têm tanta certeza ou sobre os quais ainda estão inseguros, experimentações... Isso é muito rico para eles porque os retornos vêm mais rápido.

A coletiva é, então, uma reunião de trabalhos com múltiplos suportes, como pinturas, objetos, gravuras, esculturas e até desenho com fogo, a maioria inédita e todos feitos recentemente. Entre os 29 artistas, estão nomes dos quatro cantos do Brasil, como os cariocas Bruno Miguel e Maria-Carmen Perlingeiro, o niteroiense Daniel Lannes, o mineiro Afonso Tostes, o curitibano Alexandre Mazza, os paulistas Ivan Grilo, Nazareno e Helen Faganello, o goiano Marcelo Solá, o cearense Luiz Hermano, a baiana Carolina Ponte, o gaúcho Luciano Zanette e a potiguar Danielle Carcav.

Há arte, inclusive, para comer. Durante a abertura, os visitantes vão poder degustar a instalação de food design que a artista plástica e designer paulistana Simone Mattar faz no terceiro andar da galeria. A “obra concretista comestível”, segundo ela, é feita de, entre outros ingredientes, carne-seca com abóbora e molho de jabuticaba.