Cigano planeja viagens para compensar ausência no Natal e não descarta luta com Jones
Ele enfrenta Cain Velasquez no UFC 155, em 29 de dezembro.
RIO - Ele vai atravessar o continente com seu presente na mão enquanto milhões de brasileiros compartilham suas ceias na véspera do Natal, em 24 de dezembro. Mas Júnior “Cigano” dos Santos não é Papai Noel e o presente em questão é seu cinturão de campeão dos pesos pesados do UFC, que, garante, permanecerá sob sua posse. No dia 29, ele defenderá seu título contra o antigo campeão Cain Velasquez, no UFC 155, em Las Vegas, nos Estados Unidos.
- Meu Natal vai ser depois da luta. Vou para tudo quanto é lugar. Volto para a Bahia, onde moro, vou para Santa Catarina, visitar minha família, para o Rio, para São Paulo, para todos os lugares - conta por telefone ao GLOBO o bem-humorado Cigano.
O adversário da luta é o mesmo que, em novembro do ano passado, foi nocauteado em apenas 64 segundos e viu seu cinturão entregue ao brasileiro. Na ocasião, Cigano usou seu temido boxe para levar Velasquez à lona antes que o rival colocasse em jogo seu perigoso wrestling. Muitos apostam que, se a luta for ao chão, será a vez de Cigano finalmente mostrar seu jiu-jítsu no UFC.
- Como é MMA, o pessoal quer ver quem é mais completo. Sou nocauteador. Amo o boxe e acredito que posso nocautear qualquer um no mundo, mas treino jiu-jítsu demais também - conta.
‘Se eu acertá-lo dez vezes, não sei se ele levanta’
Cigano recebeu a faixa preta da modalidade na última semana, mas isso não deve ser motivo para abrir mão de sua força nas mãos para levar a luta ao solo.
- Não vou chamar para fazer chão comigo. A partir do momento que isso acontecer, o pessoal vai poder ver o meu jiu-jítsu. Isso pode acontecer. Se tem alguém que pode me derrubar é o Cain Velasquez. Mas ele pode me derrubar dez vezes e eu levanto. Se eu acertá-lo dez vezes, não sei se ele levanta...
Pela primeira vez, Cigano dividiu sua preparação entre São Paulo e Salvador, onde mora. No Corinthians, surpreendeu-se com uma estrutura que não encontra em academias de lutas no Brasil, mas foi na Bahia, onde mora, que terminou sua preparação, como de costume. Na reta final para entrar no octógono, já sente um frio na barriga, mas garante que não atrapalha:
- Rola uma pressãozinha, mas isso não me afeta. Isso me motiva. Ser detentor do cinturão é minha grande motivação. É o que eu quero ser por muito e muito tempo.
Amizade com Jon Jones não impede luta
Às vésperas de sua luta, Cigano viu, mais uma vez, Jon Jones ventilar sua subida de categoria na última quarta-feira. Apesar da amizade com o campeão dos pesos meio-pesados, o brasileiro garante que não fugiria do octógono:
- Não imaginava fazer essa luta até que as pessoas me fizeram perceber essa possibilidade. Sou o campeão dos pesos pesados e, se ele me desafiar, a gente vai lutar. Tenho um grande carinho por ele, é muito gente boa. Mas se nos encontrarmos, ele defende o que é dele e eu defendo o que é meu.